Resumo: | As falsas memórias têm sido amplamente estudadas com recurso ao paradigma DRM numa primeira língua (L1), mas permanecem pouco exploradas numa segunda língua (L2), apresentando resultados mistos. Tal facto poderá dever-se ao modo de construção das listas de palavras, ao tipo de estímulos utilizados e ao nível de proficiência dos participantes em L2. O objetivo do presente estudo foi analisar a produção de falsas memórias em L1 (Português Europeu) e L2 (Inglês) através do paradigma DRM, manipulando a valência emocional e a concreteza dos itens críticos, numa tarefa de reconhecimento, e controlando a força associativa das listas de palavras ao item crítico nas duas línguas, bem como a proficiência dos participantes em L2. Os resultados revelaram que a produção de falsas memórias para o item crítico foi significativamente superior em L1 do que em L2. Verificou-se também que foram produzidas mais falsas memórias para itens críticos de valência emocional do que neutros. A variável concreteza não produziu efeitos significativos na produção de falsas memórias em nenhuma das línguas. Estes resultados são discutidos à luz das teorias explicativas das falsas memórias e das diferenças de processamento entre L1 e L2.
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