Summary: | O presente estudo visa compreender os factores que contribuem para a explicação do absentismo através da integração de duas abordagens explicativas do absentismo: o Modelo de Stress e o Modelo Social e Cultural (Johns, 1997; Johns, 2001). Concretamente, testámos numa amostra de 520 trabalhadores de uma empresa de transportes públicos da região de Lisboa, o papel mediador do work engagement na relação entre o controlo do trabalho e o suporte social e a frequência de absentismo. Averiguámos também numa sub-amostra de 250 trabalhadores, o papel moderador da norma de absentismo do grupo na relação entre o work engagement e o absentismo. O absentismo foi operacionalizado através de registos objectivos facultados pela organização. Os resultados demonstraram o efeito directo e significativo de cada uma das variáveis do modelo na frequência de absentismo, excepto para o suporte social. Adicionalmente, as análises de regressão hierárquica suportaram parcialmente a hipótese que postulava o papel mediador do work engagement na relação entre o controlo do trabalho e a frequência de absentismo e confirmaram o papel moderador da norma de absentismo do grupo na relação entre o work engagement e o absentismo. Estes resultados reforçam a importância de recursos do trabalho como o controlo do trabalho, para o aumento do work engagement e por conseguinte para a redução da frequência de absentismo e permitem-nos concluir que a conexão psicológica e afectiva ao trabalho aliada a uma cultura de assiduidade clara e rigorosa pode constituir um antídoto eficaz para o absentismo. Foram discutidas implicações práticas para estes resultados.
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