Resumo: | Partindo do pressuposto de que a cultura visual contemporânea é resultante do processo de dinamização do comércio de imagens, desencadeado com o advento da fotografia no séc. XIX e intensificado até ao séc. XXI em função de conjunturas socioeconómicas, tecnológicas e artísticas particulares, este estudo aborda o impacto deste processo na relação entre os média e o real, entre a instituição estética e o artista e entre a iconografia quotidiana e os seus consumidores. Esta vasta problemática encontra uma direção mais estreita na história do postal ilustrado, meio de comunicação cuja relevância na história dos média e particularmente da fotografia tem sido marginalizada, e que desde o auge da sua popularidade nas primeiras décadas do séc. XX até à atualidade é recorrentemente objeto de apropriações artísticas, que vão das vanguardas modernas como o surrealismo e o dadaísmo, à arte contemporânea, ao cinema, ao design gráfico e à ilustração. Realizando uma releitura interdisciplinar do pensamento da imagem, no qual a obra do filósofo alemão Walter Benjamin tem um papel-chave, a presente publicação, resultante da reescrita da tese de doutoramento da autora defendida em 2013, conserva a alargada missão de pensar a cultura visual contemporânea nas suas dimensões tecnológica, artística e política.
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