Summary: | A União Europeia e os seus Estados membros celebraram 2008 como Ano Europeu do Diálogo Intercultural, uma iniciativa em sintonia com o compromisso genérico, assumido por Bruxelas, de promover a aproximação entre os povos da Europa e destinada a explorar o rico potencial representado pela diversidade cultural que sempre caracterizou o continente e que, nas últimas décadas, se tornou ainda mais visível em virtude da intensificação dos fluxos migratórios. A abertura ao diálogo e o respeito pelas diferenças entre culturas, que nela vai subentendido, quadram perfeitamente com o modo como as instituições europeias, maxime a Comissão, têm vindo a advogar a integração dos imigrantes nas respectivas sociedades de acolhimento – uma integração que se pretende subordinada ao respeito pela cultura de origem dos imigrantes. O que um tal respeito por culturas de origem ou minorias culturais possa exigir é, no entanto, inteiramente aberto a discussão e tem sido objecto de muitos e intensos debates por toda a Europa. Portugal, concebido durante séculos como país etnicamente unitário e só há pouco mais de uma década tornado país de imigração, está ainda a descobrir-se como sociedade multicultural e a ponderar os desafios e exigências que daí decorrem.
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