O comando holístico da guerra Wellington, Spínola e Petraeus

Entender uma determinada situação de guerra implica uma visão completa e abrangente sobre todos os fatores presentes. Quem recebe a responsabilidade de comandar o esforço de guerra de uma nação, coligação ou aliança, deve ter uma visão holística que lhe possibilite usar todos os meios possíveis na i...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pires, Nuno Correia Barrento de Lemos (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/7507
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/7507
Descrição
Resumo:Entender uma determinada situação de guerra implica uma visão completa e abrangente sobre todos os fatores presentes. Quem recebe a responsabilidade de comandar o esforço de guerra de uma nação, coligação ou aliança, deve ter uma visão holística que lhe possibilite usar todos os meios possíveis na implementação de uma política abrangente, global e completa. O comando holístico da guerra desenvolve-se em quatro dimensões principais. A primeira dimensão advém da natureza das estruturas de forças existentes. Deve haver um efetivo comando sobre todas as diferentes forças presentes, armadas e de segurança, militares e paramilitares. A segunda dimensão abrange a coordenação efetiva entre organizações civis e militares, governamentais, não-governamentais e privadas, entre as organizações internacionais e os vários Estados, coligações e alianças. A terceira dimensão trata da coerência entre a política, a estratégia, as operações e a tática, num todo abrangente e interpenetrável onde, por um lado, se separa claramente quem pode decidir o quê e a que nível (patamar de decisão) e, por outro, se tenta incrementar a participação e partilha, de aconselhamento e acompanhamento, que permita as melhores decisões e consequentes alterações estratégicas. Na última e quarta dimensão, do tempo, as políticas decididas e as estratégias daí decorrentes, têm de ser pensadas concorrentemente para o antes, o durante e o pós-guerra (ante, in et post bellum), sem faseamentos ou períodos estanques. Wellington, Spínola e Petraeus foram os principais responsáveis pelo trabalho de vastas equipas de civis e militares que, em determinados períodos da história e distintos palcos geográficos, ou seja, em situações de guerra bastantes diferenciáveis, tiveram a oportunidade de exercer um comando holístico fazendo uso, ou não, destas quatro dimensões. O que conseguiram e obtiveram, ou não, das experiências efetuadas e das doutrinas utilizadas, do que a realidade no terreno lhes impôs e do que as decisões políticas lhes determinaram (de que enfermavam continuamente) e que condicionaram na ação estratégica de cada um, constituíram uma importante parte deste estudo. Das reflexões sobre a temática e da aplicabilidade nas situações referidas em Wellington, Spínola e Petraeus pudemos então construir uma teoria geral sobre o comando holístico da guerra que agora se apresenta e propõe.