Resumo: | A presente comunicação apresenta parte dos resultados de uma investigação onde foi problematizado a construção das identidades profissionais das educadoras de infância a intervir no contexto de creche. Procuramos desocultar os sentidos e significados da intervenção educativa de seis educadoras a desempenhar funções em três estabelecimentos educativos (rede privada e social). O paradigma de referência da investigação foi o da abordagem qualitativa, com características de estudo de caso múltiplo, destacando-se a importância da construção de um conhecimento compreensivo e interpretativo dos fenómenos sociais e educativos produzidos em relação com os atores concretos nos contextos onde desenvolvem a sua ação. Os procedimentos metodológicos conjugaram observações, pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas individuais e coletiva (focus group). A análise interpretativa revela que estas profissionais ao longo das suas trajetórias profissionais têm vindo a ser confrontadas com a construção de uma profissão que guarda o traço de ambiguidade entre a função materna e a função docente, pelo que desejam para si novas identidades, mais justas, mais positivas e mais reconhecidas. Encetaram um novo caminho, encontrando-se num processo de (re)construção das identidades profissionais, em que é possível visualizar movimentos de pertença e de superação de identidades herdadas e a procura de novas formas de ser, sentir e agir, alicerçadas em dinâmicas de trabalho colaborativas. Deste processo, emergem vários traços identitários, contudo, na presente comunicação situamo-nos somente na imagem social e profissional desvalorizada, na construção permanente de uma pedagogia articulada entre equipas educativas e famílias e no desenvolvimento profissional em contexto.
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