Resumo: | Objetivo: Comparar o impacto de um programa de terapia de reminiscências (TR) com recurso à realidade virtual (RV), com o impacto de um programa de TR com recurso a um estímulo tradicional, ao nível da manifestação de sintomatologia psicológica e comportamental em pessoas com demência, durante as várias sessões. Métodos: Ensaio clínico randomizado, com um desenho do tipo experimental, em que foi realizado o acompanhamento de uma amostra de 14 idosos recrutados por conveniência, divididos por dois grupos de intervenção: TR tradicional (controlo) e TR com recurso à RV (experimental). A intervenção foi constituída por 8 sessões, com frequência bissemanal. Durante cada sessão foi preenchida uma grelha de observação sobre a manifestação de sintomatologia comportamental e psicológica e sobre o envolvimento do participante. Foi ainda utilizado o Simulator Sickness Questionnaire, administrado antes e após a exposição ao vídeo, de forma a avaliar o aumento do grau da manifestação de sintomatologia adversa associada à simulação. Resultados: Não se verificam diferenças significativas entre os grupos no que concerne ao sexo, nível de escolaridade, idade, grau de independência, nas AVD’s e AVDI’s e declínio cognitivo, bem como ao nível da manifestação sintomatológica comportamental e da sintomatologia adversa durante as sessões. No que diz respeito ao envolvimento na experiência, os comportamentos observados foram globalmente positivos, havendo partilha de memórias maioritariamente positivas e um registo de ligeiramente maior envolvimento dos participantes expostos a ambientes imersivos (RV), do que no grupo de controlo. Conclusão: De uma forma geral, o impacto dos diferentes programas de intervenção parece ser semelhante. Através deste estudo, gerou-se evidência acerca da segurança e viabilidade da aplicação de RV neste tipo de intervenção, validando a continuidade da sua utilização.
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