Resumo: | Os conceitos grego e romano de cidade ideal representam a introdução dos primeiros traçados urbanos, onde se encontram as raízes do planeamento urbanístico moderno e se estabelece uma correspondência entre o planeamento físico e o planeamento social do território. Pretende-se, com o presente trabalho, tecer considerações sobre o tema da Cidade Ideal, com particular incidência nos modelos de cidades europeias, e aferir a importância do planeamento global das cidades e a sua influência nos modos de operar da arquitectura e da urbanística contemporâneas. O estudo tem como campo de aplicação genérico a cidade, mas incidirá com maior ênfase na análise das transformações urbanas operadas no período histórico compreendido entre o início da Idade Moderna (Renascimento) e a actualidade. Três pressupostos servirão para enquadrar os objectivos do trabalho: Tema recorrente no imaginário e na tradição intelectual das civilizações mediterrânicas, de que maneira a cidade ideal se transforma no Mito, este construído a partir da história como instrumento de análise e entendimento de utopias passadas, presentes e futuras. De que forma as imagens da Cidade Ideal, firmada pelos princípios básicos da doutrina vitruviana, Finitas, Utilitas e Venustas, encontram o Triunfo da sua concretização – mais intelectual que verdadeiro, na resposta universal aos problemas sociais, actuando como modelos reguladores. Por fim, analisar o Fracasso da utopia ainda e nunca realizada, da cidade imaginada, perfeita, geométrica e proporcionada, que se revela incapaz de resolver a anarquia informe e evolutiva da cidade existente, provocando rupturas funcionais de ordem social e espacial.
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