Resumo: | Tendo em vista a concepção e a implantação de estratégias de promoção da actividade física e consequentemente da saúde e da capacidade funcional, o Observatório Nacional da Actividade Física e do Desporto procedeu à avaliação de 6299 portugueses de 10 ou mais anos de idade com funcionamento físico independente, de ambos os sexos, em 18 distritos de 5 zonas de Portugal Continental (NUTS II), entre 2006 e 2009. A actividade física foi avaliada através de acelerometria e expressa através de diferentes variáveis, donde se destaca o tempo médio total e por períodos iguais ou superiores a 10 minutos de actividade física diária de intensidade moderada e vigorosa, por constituir a principal medida de comparação com as recomendações da actividade física para a saúde (health-enhancing physical activity-HEPA). Os acelerómetros foram utilizados durante 4 dias consecutivos e foram considerados válidos os registos de actividade física efectuados em pelo menos 3 dias, dos quais 2 dias de semana e 1 dia de fim- -de-semana, com pelo menos 10 horas de registo por dia. Considerando estas condições, foram incluídos os registos de 5231 participantes. De acordo com as recomendações para a prática de actividade física publicadas por diversas entidades, nacionais e internacionais, nomeadamente a acumulação de 60 minutos por dia para os jovens e de 30 minutos por dia para pessoas adultas e idosas de actividade física de intensidade pelo menos moderada, os resultados evidenciam que: • Nos jovens, os rapazes de 10-11 anos de todas as regiões de Portugal Continental apresentam valores médios indicativos de serem suficientemente activos (prática de pelo menos 60 minutos de actividade física de intensidade moderada e vigorosa). Após esta idade, somente os rapazes de 12-13 anos da região Norte revelam uma prática suficiente de actividade física; • As raparigas ficam aquém da prática de 60 minutos por dia de actividade física de intensidade moderada e vigorosa; • Grande parte das pessoas adultas é suficientemente activa. Nos homens verifica-se uma prevalência de 76,7 % e nas mulheres uma prevalência de 63,7 %; • Na população idosa observa-se uma menor prevalência de pessoas suficientemente activas. Nos homens verifica-se uma prevalência de 44,6 % e nas mulheres uma prevalência de 27,8 %; • Os habitantes do Alentejo e Algarve apresentam valores de actividade física inferiores aos do Norte, Centro e de Lisboa. De acordo com a idade e o sexo, os resultados revelam: • Uma diminuição da actividade física do sexo masculino entre os 10 e os 29 anos, seguida de uma manutenção da prática até por volta dos 50 anos com nova redução após esta idade; • Uma diminuição da actividade física do sexo feminino entre os 10 e os 17 anos com um aumento da prática até aos 50 anos, onde, tal como nos homens, se volta a evidenciar uma diminuição, todavia com maior acentuação. Este facto conduz a um aumento das diferenças da actividade física entre os sexos com o envelhecimento; • Valores mais reduzidos de actividade física nas mulheres comparativamente aos homens, particularmente entre os 10 e os 30 anos, e depois dos 60 anos.
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