| Resumo: | O direito ao acesso, manutenção e progresso no trabalho em ambientes inclusivos e acessíveis a todos, é um compromisso estabelecido na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006) e que se encontra ainda por cumprir a nível nacional e internacional. Retratar e analisar os condicionantes do presente para definir as políticas e práticas do futuro é um dos veículos necessários no trajeto para a inclusão laboral. Neste estudo pretende-se analisar as perspetivas dos empregadores sobre a inclusão no contexto laboralde indivíduos em situação de incapacidade,de modo a compreender quais os fatores facilitadores e barreiras à contratação e manutenção do emprego. Para o efeito, levou-se a cabo uma pesquisa por inquérito - com aplicação de um questionário a 30 representantes de empresas nacionais- e um estudo de caso, com entrevista a 5 responsáveis de empresas que contam no seu historial com a colaboração de pessoas em situação de incapacidade. Mediante convergência de dados quantitativos e qualitativos, os resultados deste estudo indicam que a responsabilidade social e filosofia da equipa de trabalho constituem as principais motivações para o recrutamento de indivíduos com incapacidade. As experiências documentadas pelos responsáveis das empresas são de teor predominantemente positivo quer em termos de produtividade da empresa e progresso do próprio,quer na transformação da equipa de trabalho e da sociedade.Estas experiências positivas têm na sua base a introdução de suportes personalizados e a mobilização atitudes inclusivas na empresa e na comunidade. As principais preocupações e desafios situam-se no campo atitudinal (preconceitos e estereótipos pelos clientes, colegas e supervisores), no plano financeiro (com perceção de custos associados) e técnico para a avaliação e ajustamento dos contextos de trabalho.Deste modo,as linhas de intervenção destacadas pelos empregadores convergem para: apoios financeiros e disponibilização de equipamentos/produtos de apoio; o comprometimento dos quadros superiores das empresas no incentivo à inclusão; a implementação de sistemas de tutoria entre trabalhadores;a consultadoria e assistência técnica no local e o estabelecimento de parcerias com entidades especializadas no acesso e manutenção de emprego das pessoas em situação de incapacidade.
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