Summary: | O presente artigo apresenta uma reflexão crítica sobre potencialidades e limites de uma proposta de formação continuada de professores em educação ambiental (EA). Tal proposta foi concebida e executada por nós, em caráter de experiência‑piloto, entre 1998 e 2000, em Campinas-SP, Brasil. Foram envolvidos 21 professores, dos níveis de ensino Infantil, Fundamental e Médio (que abrangem crianças e jovens entre 03 e 17 anos), durante três semestres letivos consecutivos. No processo proposto, os professores estudam os campos teórico-metodológicos de conflito socioambiental (Carvalho e Scotto, 1995) e de educação moral (na perspectiva de construção da personalidade moral, proposta por Puig, 1998a). Depois, criam atividades de EA para sala de aula, utilizando, conjugadamente, um caso real de conflito socioambiental e os recursos metodológicos da educação moral, que visam trabalhar elementos e processos relacionados à construção da personalidade moral. Foram considerados como indicadores das potencialidades do processo de formação continuada a constatação da ocorrência e/ou o registro de relatos sobre: mudanças nos entendimentos dos professores a respeito de temas relacionados à EA; mudanças nos seus hábitos pessoais e domésticos; realização de autocrítica relativa às suas práticas pedagógicas anteriores; elaboração espontânea de novas práticas pedagógicas por professores dos diferentes níveis do ensino e de diversas disciplinas. Os principais limites constatados se relacionam ao longo tempo necessário para que os professores possam ser envolvidos em todas as etapas do processo e à necessidade de fornecer subsídios adicionais para fundamentação das discussões sobre aspectos éticos relacionados aos conflitos socioambientais.
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