Summary: | Nos últimos anos tem sido notório o investimento de recursos para a promoção da escola inclusiva, seja ao nível material, mas também na capacitação dos professores para a adoção de práticas inclusivas. Se a inclusão visa o respeito pela diferença e o envolvimento de todos os alunos na comunidade educativa, constitui um desafio para o qual muitos docentes estavam preparados. A formação contínua e a experiência têm permitido, muitas vezes ao mesmo tempo que a prática, refletir e aperfeiçoar competências para lidar com todos os alunos na sala de aula.Assumindo uma perspetiva sociocognitiva, que valoriza o papel do sentido de eficácia no comportamento, pretendemos com este trabalho conhecer como os professores avaliam a sua capacidade para lidar com a inclusão e implementar práticas adequadas. Para isso, com o recurso a um estudo transversal de natureza quantitativa, foram recolhidos dados junto de 195 docentes do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, com o recurso a um questionário sociodemográfico e à Escala de Autoeficácia na Implementação de Práticas Inclusivas (Sharma, Loreman, & Forlin, 2012). Estudos descritivos permitiram-nos perceber o sentido de eficácia dos docentes, que não se distinguem por género, idade ou experiência docente no ensino regular,nem pela presença de alunos com Necessidades Educativas Especiais na sala de aula. Foram encontradas pontuações superiores no sentido de eficácia entre os docentes que trabalham na educação especial, entre os professores com maior tempo de serviço e experiência de lecionação com alunos com Necessidades Educativas Especiais. Os resultados seguem tendências da literatura, que valoriza a experiência e proximidade com alunos com como Necessidades Educativas Especiais determinante da inclusão. Apesar de possíveis enviesamentos que decorrem da própria metodologia, implicações para as escolas e a formação contínua dos docentes são exploradas.
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