Summary: | Num hospital de agudos, o atendimento é direcionado essencialmente para a vertente curativa, pelo que nem sempre é possível atender às necessidades dos que padecem de uma doença terminal, acabando muitas vezes por falecer no serviço, sem que lhes seja facultado o devido cuidado, inúmeras vezes de carater paliativo. Objetivo: Caracterizar os cuidados prestados ao doente terminal, nos últimos três dias de vida, num serviço de internamento hospitalar. Metodologia: Estudo descritivo simples, retrospetivo, de cariz quantitativo. A recolha de informação foi efetuada a partir dos processos individuais de 32 doentes falecidos num serviço de Medicina Interna. O instrumento de recolha de dados utilizado foi construído e utilizado por Delgado (2012), tendo sido concebido com base no Protocolo de Liverpool Care Pathway (LCP – versão 12). Resultados: A amostra em estudo é predominantemente do sexo feminino, com média de idade de 89 anos, admitida pelo serviço de urgência, a residir em casa própria, com dependência em grau elevado nos autocuidados. Respeitante à sintomatologia mais observada nos três últimos dias de vida, aferiu-se que foi a dispneia (46,9%), estertor/respiração ruidosa (40,6%) e dor (37,5%). Os analgésicos assumem uma posição de destaque, no que concerne às intervenções farmacológicas. No que tange às intervenções não farmacológicas, a maioria continua ativa durante todo o período de tempo, salientando-se a monitorização e os exames complementares de diagnóstico, mais especificamente as análises sanguíneas (62,5%). Intervenções de Enfermagem que contemplam o cuidado com a pele, eliminação intestinal e urinária foram transversais ao processo de finitude, almejando a satisfação das necessidades e conforto do doente. Conclusão: Apesar da irreversibilidade clínica, muitas vezes são praticadas intervenções que não coadunam com as autênticas necessidades do doente em fase terminal, o que inviabiliza a prestação de cuidados que promovam o conforto e a qualidade de vida, nesta fase tão peculiar do ciclo vital.
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