A preparação didáctico-metodológica dos professores primários para o ensino do Português em Moçambique: estudo de caso no IFP de Nampula, 2017

Resumo O Português é língua oficial de Moçambique desde 1975, contudo, nem todos os moçambicanos têm a mesma relação com língua portuguesa. Segundo dados do Censo de 2017, apenas 47.4% da população fala Português e mais da metade da população moçambicana não fala esta língua. Para cerca de 12 milhõe...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pedro,Feliciano José (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-44522021000200079
País:Portugal
Oai:oai:scielo:S2182-44522021000200079
Descrição
Resumo:Resumo O Português é língua oficial de Moçambique desde 1975, contudo, nem todos os moçambicanos têm a mesma relação com língua portuguesa. Segundo dados do Censo de 2017, apenas 47.4% da população fala Português e mais da metade da população moçambicana não fala esta língua. Para cerca de 12 milhões de moçambicanos, residentes na zona rural, o Português poderia ser considerado como língua estrangeira (LE). Mas, devido à conjuntura histórico-social que determina o português como língua oficial, o estatuto de LE, para este grupo de cidadãos, não é aplicável, valendo apenas o de língua segunda (LS). Segundo afirma Vigner (2001), do ponto de vista de ensino/aprendizagem, a LS é uma prática instável e delicada pois ela situa-se na mediana entre Língua Materna (LM) e LE. Dependendo da actividade, as práticas de ensino de LS podem ser emprestadas à LM ou à LE. Este estudo tem por objectivo analisar o processo de formação de professores primários em matérias de ensino do Português. Especificamente, pretende verificar o nível de preparação para fazer face à diversidade dos contextos (de alunos e dos estatutos que o português tem nas suas biografias linguísticas). Em termos metodológicos, o estudo é qualitativo e descritivo. Os dados são resultantes da análise do programa de formação e de questionários aos formadores de metodologia de Língua Portuguesa e aos formandos do Instituto de Formação de Professores de Nampula. As conclusões deste estudo apontam que os módulos focalizam mais aspectos políticos em prejuízo de aspectos didácticos e que os formadores e, consequentemente, os formandos fixam-se muito nas propostas dos módulos, apesar de estes servirem como simples documentos orientadores.