Summary: | As infecções por vírus influenza são uma importante causa de morbilidade em todos os grupos etários e estão associados a uma elevada mortalidade nos idosos e nos indivíduos pertencentes a grupos de risco. No presente estudo analisaram-se os dados da vigilância epidemiológica da gripe durante o Inverno de 2000/2001. Os dados clínicos, epidemiológicos e virológicos referentes aos casos de síndroma gripal foram recolhidos através do Programa Nacional de Vigilância da Gripe que se desenvolve em colaboração com a Direcção Geral da Saúde e integra a informação obtida a partir das redes Médicos-Sentinela e Serviços de Urgência. A análise dos dados recolhidos mostram que, durante a época de Inverno de 2000/2001, a actividade gripal foi baixa, sendo o período epidémico curto e de pequena intensidade e duração. As taxas de incidência do síndrome gripal subiram acima da linha de base durante três semanas e não ultrapassaram os 74 casos por 100 000 habitantes. Os vírus influenza do tipo B foram predominantes, verificando-se a presença simultânea de vírus influenza tipo AH1 e AH3. A caracterização antigénica e genética das estirpes isoladas permitiu confirmar a semelhança entre estas estirpes virais e as estirpes vacinais e detectar a extensão dos drifts antigénicos. Saliente-se que apesar da maioria das estirpes de vírus influenza B serem idênticas antigenicamente à estirpe vacinal, a caracterização genética mostrou uma evolução dirigida para a estirpe B/ Sichuan/379/99 que viria a integrar a vacina antigripal em 2001/2002. Consequentemente, observou-se a co-circulação de duas linhagens diferentes evidenciada pela análise filogenética das estirpes B isoladas no nosso país.
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