Concepções e práticas do professor de Matemática

Este artigo apresenta, tendo em vista perplexidades constituídas na minha vivência, enquanto aluna e professora de Matemática, considerações sobre pesquisas já realizadas em torno do tema concepções e práticas do professor de Matemática. As pesquisas revisadas tendem a estudar o modo como as concepç...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Maria Regina Gomes da (author)
Format: article
Language:por
Published: 1994
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.48489/quadrante.22659
Country:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/22659
Description
Summary:Este artigo apresenta, tendo em vista perplexidades constituídas na minha vivência, enquanto aluna e professora de Matemática, considerações sobre pesquisas já realizadas em torno do tema concepções e práticas do professor de Matemática. As pesquisas revisadas tendem a estudar o modo como as concepções dos professores influenciam a sua prática de sala de aula. As concepções são tomadas como pré-existentes em relação às práticas. Diz-se o que o professor pensa e, porque pensa assim, faz o que faz; não se questiona porque ele pensa desse modo. Não se debruçam sobre a origem das concepções dos professores a partir de suas práticas de formação profissional. Tampouco consideram o processo de "assujeitamento" do professor frente aos fatores institucionais. A essas pesquisas escapa a própria sala de aula como lugar de formação dessas concepções. Por um lado, compreender o conjunto de concepções que norteiam a metodologia utilizada pelo professor em sua sala de aula, e especialmente, considerar a procedência e a formação dessas concepções, levando, pois, em conta o processo de "assujeitamento", parece ser a possibilidade de superação do "estágio silencioso" de denúncia dos mecanismos e práticas que, no interior do sistema escolar, em particular no ensino superior, reforçam os critérios utilizados no quadro promocional (aprovação/reprovação) que reconhecem apenas um tipo de aluno, o "aluno ideal", reconhecem apenas o aluno que apresenta a estrutua cognitiva adequada. Por outro lado, compreender o funcionamento, na sala de aula, de tais concepções, passa por focar a sala de aula como local de intervenção, como local onde professor e alunos estão em constante formação, assumindo verdades sempre provisórias. Local de formação de concepções que indiquem caminhos para o (re)conhecimento do "aluno real".