| Summary: | Vivemos numa sociedade cada vez mais digital, usamos relógios que contam as calorias que gastamos, pedimos comida em aplicações e as formas de entretenimento chegam até nós em plataformas online de streaming. Quando a Pandemia de COVID-19 surgiu o mundo tornou-se ainda mais digital, com a mensagem de ordem a ser “fiquem em casa!”, todas as atividades que envolviam contacto interpessoal ficaram circunscritas ao ecrã de computador - como as aulas, o trabalho, as idas a concertos e as peças de teatro. O presente trabalho pretende ser uma reflexão acerca do impacto da pandemia e dos, consequentes, confinamentos, na digitalização do teatro em Portugal. Para o âmbito deste trabalho, entende-se por digitalização a gravação de espetáculos ao vivo e posterior transmissão dos mesmos em plataformas online (redes sociais, sites ou plataformas de streaming). Para uma melhor análise desta temática foram usados três casos de estudo – o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional São João e a Companhia de Teatro do Noroeste. Foram realizadas três entrevistas com um representante de cada uma das três entidades culturais, com o objetivo de tirar ilações acerca do período Pré-pandémico, Pandémico e Pós-confinamentos, de forma a comparar as estratégias das três entidades nestes três períodos cronológicos. Desta análise foi possível concluir que a Pandemia provocou efetivamente uma aceleração da digitalização do teatro no período pandémico, mas que o fim das restrições causou uma desaceleração deste processo, que ainda que não tenha significado um retrocesso ao ponto de partida Pré-pandémico, não resultou numa utilização dos palcos digitais como opções de transmissão regular, como será exposto na análise das entrevistas.
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