Resumo: | O presente estudo tem por objectivo despertar as entidades envolvidas para a temática dos diferentes espaços, resultado de necessidades actuais, de um contexto onde os objectivos se poderão metamorfosear em novos paradigmas, rumo a uma nova identidade cultural para os novos nómadas. Uma vez que ao ser humano pertence uma intrínseca e inata necessidade de buscar e se rodear, num acto intuitivo, de objectos e sensações (seja por um período efémero ou permanente) capazes de reconstruir o ambiente material daquilo que para cada um constitui a sua identidade cultural. Assim, os novos nómadas, mesmo que mergulhados num sentimento incapacitante de deixarem de o ser, não perderão a necessidade inata do ser humano de ter e construir um referencial de valores simbólicos da sua identidade cultural, sendo que esta é uma característica da qual não podem abdicar. Uma vez, que comunicar a identidade de um lugar e oferecer experiências temporais e espaciais, permite a cumplicidade do utilizador com o objecto, fazendo não só com que se identifique culturalmente, como tenha a capacidade de construir o seu referencial, independentemente do lugar temporal e espacial que ocupar, e visto que quando somos retirados do nosso lugar para um novo espaço, sentimos naturalmente uma descontextualização, pois não existem, ainda memórias vividas, para nos sentirmos confortáveis, de modo a sentirmo-nos em “casa”. Visualizando as necessidades humanas num sentido global compreende-se que a importância das memórias é o facto que possibilita um equilíbrio mental, que reduz o desconforto com a nova cultura, visto existirem elementos do seu quotidiano. Já que, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe determinado objecto ou situação em conformidade com aspectos que têm especial importância para si próprio. Este trabalho, procura conhecer as culturas inerentes ao local, para que seja possível traduzir por simbolismos representativos desse local, visíveis através das geometrias produzidas, por cada um, e que são, de forma simbólica e simplificada a adaptação, do objecto a essas mesmas condições, numa procura de pertença do objecto relativamente ao local. Assim, através das várias malhas ou padrões das fachadas, que permitirão ao utilizador escolher aquela que mais se identificará com ele próprio, começando por levar uma marca cultural consigo que quebrará o efeito de descontextualização no seu novo espaço, passando, a cápsula a ser o seu lugar.Parece então encontrada, uma solução viável capaz de construir novas e credíveis identidades culturais para o novo nomadismo, por meio do resgatar de valores, pertences intrínsecos a cada cultura.
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