Summary: | Em Moçambique, estima-se que 40% jovens de 20-24 anos, tiveram filhos antes dos 18 anos. A estas gravidezes estão associadas consequências negativas como a altas taxas de abandono escolar, pobreza e problemas de saúde para a adolescente e o bebé. O consumo excessivo de álcool na gestação e os numerosos efeitos adversos na saúde do feto têm sido documentados deste 1970 e associados ao Síndroma Alcoólico Fetal. Pouco se sabe quanto à relação entre os diferentes padrões de consumo de álcool e as vivências psicológicas da gravidez e da maternidade. Objetivo: Conhecer as vivências psicológicas e o consumo de álcool das adolescentes grávidas da Cidade de Maputo. Metodologia: Participaram neste estudo, 134 adolescentes grávidas com idades até os 19 anos. Foram administrados o AUDIT para a exploração dos consumos e a EAGM para as vivências psicológicas da gravidez e da maternidade. Resultados: 70% da nossa amostra referiu consumo de álcool durante a gravidez. Encontramos correlações negativas marginalmente significativas entre o consumo de álcool e as subescalas “O filho imaginado” e “Gravidez como fator de mudança”. Verificamos haver diferenças significativas entre as vivências psicológicas das grávidas que consomem álcool com as que não consomem ao nível da subescala “ Aspetos difíceis da gravidez/maternidade”. Conclusão: É necessário prestar uma atenção mais diferenciada à questão da gravidez na adolescência e o consumo de álcool. Os nossos resultados apontam para a necessidade de dar continuidade à realização deste estudo, de modo a possibilitar uma melhor compreensão do fenómeno.
|