Resumo: | Este artigo analisa a relação entre as atribuições causais e o rendimento académico, apreciando como tais atribuições se diferenciam de acordo com o nível de escolaridade dos pais e o género dos alunos. Para a avaliação das atribuições causais recorremos à escala "Avaliação das Atribuições Causais e Multidimensionais" (Barca, 2000) e a uma amostra de 1.144 alunos de escolas públicas e privadas do Ensino Médio do Estado de Rondónia (Amazônia, Brasil). Os resultados sugerem que, na generalidade das atribuições causais, os alunos não se diferenciam de forma estatisticamente significativa considerando o seu rendimento académico. A larga maioria dos alunos valoriza as próprias capacidades e o esforço (atribuições internas) para explicarem os seus bons resultados escolares, associando os fracos resultados escolares à falta de sorte ou aos professores (atribuições externas). Mesmo assim, os alunos de mais fraco rendimento justificam, em maior percentagem, o seu bom desempenho escolar recorrendo à sorte e à facilidade dos exames, recorrendo também mais frequentemente à falta de capacidade para explicarem os seus fracos resultados escolares. As atribuições causais não se diferenciam segundo o género dos alunos, muito embora a atribuição dos fracos resultados escolares à falta de capacidade é mais frequente nos rapazes cujos pais possuem baixas habilitações académicas. Por último, a atribuição dos bons resultados escolares ao esforço, ou os baixos resultados à falta de esforço, é mais frequente junto dos alunos cujos pais possuem níveis mais elevados de escolaridade.
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