Summary: | Objetivo: O presente estudo visa documentar as características acústicas que definem a realização fonética da vibrante simples, em posição intervocálica, em ataque complexo e em coda. Método: Foram analisados nove informantes, com idades compreendidas entre os 19 e os 27 anos. O corpus compreendeu palavras dissilábicas, com a vibrante simples em posição intervocálica, ataque complexo e coda, em contexto de consoantes oclusivas e fricativas e das vogais [a], [i], [ɔ] e [u]. A anotação foi realizada manualmente no Praat. As manifestações fonéticas e os parâmetros acústicos (duração, F1 e F2) foram extraídos de forma semiautomática. Resultados: Em relação às manifestações acústicas da vibrante simples, verificou-se que estas são muito variadas, à exceção da posição intervocálica, podendo ser influenciadas pelo contexto adjacente. Quanto à duração, observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre a posição intervocálica e as restantes posições, sendo a vibrante mais curta em posição intervocálica. No que concerne às características da vogal esvarabática, as frequências das formantes diferem das frequências das vogais nucleares, mas os seus valores também não são os típicos da vogal neutra. A duração da vogal esvarabática é bastante inferior à das vogais nucleares. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo demonstra que a vibrante simples é um som bastante complexo, que pode assumir diferentes manifestações, embora, de uma forma geral, o tap se configure como a forma mais usual. Para além disso, é um som eminentemente curto e, de algum modo, influenciável pelo contexto adjacente. A vogal esvarabática aproxima-se das características da vogal nuclear, tanto em ataque complexo como em coda.
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