Summary: | No Portugal monárquico das últimas décadas do século xix e dos primeiros anos do século xx, a imprensa tornou-se o meio por excelência para a reorganização sociocultural da nação, e os jornalistas os grandes agentes construtores e porta-vozes desse novo país acordado para uma maior consciência e participação cívicas. Perante um espaço público e uma opinião pública em processo de alargamento, o papel exercido pelos jornais na orientação da vida política e do quotidiano tornou-se tópico de redobrada discussão entre a intelligentsia, sobre a utilidade, as virtualidades, os defeitos e os perigos do jornalismo. Este texto procura explorar as cambiantes dessa reflexão, que oscilou entre o entusiasmo e o cepticismo, esclarecendo algumas das esperanças conjunturais e dos estrangulamentos estruturais do Portugal desse tempo.
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