Atores domésticos e a política cubana dos Estados Unidos da América : os grupos de interesse, o poder legislativo e o poder executivo no contexto da restauração do capitalismo em Cuba (2001-2016)

As declarações simultâneas dos presidentes Barack Obama e Raul Castro, em Dezembro de 2014, alteraram o rumo das relações entre os EUA e Cuba, abrindo o caminho para a normalização. Várias tentativas foram feitas para analisar a evolução das relações entre os dois países no século XXI. A literatura...

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Bibliographic Details
Main Author: Koçak, Canberk (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/42860
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/42860
Description
Summary:As declarações simultâneas dos presidentes Barack Obama e Raul Castro, em Dezembro de 2014, alteraram o rumo das relações entre os EUA e Cuba, abrindo o caminho para a normalização. Várias tentativas foram feitas para analisar a evolução das relações entre os dois países no século XXI. A literatura académica focou-se na pressão dos atores internacionais sobre Washington para o fim do embargo, na cooperação histórica entre os dois países, na transformação socio-económica da comunidade cubano-americana, na entrada em cena dos lobbies empresariais, ao lado dos seus aliados congressistas, e na chegada do Barack Obama à Casa Branca, como os fatores determinantes da mudança na política cubana dos EUA. Apesar de admitir a importância destes fatores, esta tese afirma que foram as reformas liberais económicas adotadas na ilha que impulsaram os atores domésticos norte-americanos para uma mudança radical de política vis-à-vis Havana. Utilizando o método process-tracing e baseando-se nos dados originais e nas entrevistas de figuras-chave, além de outras fontes utilizadas, este estudo demostra que (I) a questão entre os dois países é principalmente económica; (II) a restauração do capitalismo em Cuba, desde a chegada do Raul Castro à liderança na ilha, em 2006, incentiva os grupos económicos norte-americanos a fazer pressão sobre os legisladores e a Casa Branca; (III) o lobby cubano-americano está a perder a sua força neste novo contexto de pós-Guerra Fria; e (IV) o Presidente Barack Obama tomou a decisão do início de processo de normalização, respondendo aos interesses gerais da classe dominante capitalista nos EUA. Os resultados da nossa análise propõem novas pesquisas, não só na questão cubana, mas também na relação dos EUA com outros países socialistas, tal como o Vietname e a República Popular Democrática da Coreia.