Summary: | A subjetividade implícita na IAS 17, designadamente quanto à classificação das locações, contribuiu para a sua substituição pela IFRS 16, com efeitos na informação financeira produzida. O principal objetivo deste estudo consiste em analisar os principais impactos da transição para a IFRS 16 nas empresas com valores cotados na Euronext Lisbon, em 31 de dezembro de 2018 e 2019. Os impactos serão analisados em rubricas do balanço e rácios económico financeiros. É, ainda, objetivo analisar as diferenças entre os impactos reais da IFRS 16 e os previstos pelas empresas, antes da aplicação daquela norma. Os dados foram recolhidos através da análise de conteúdo dos relatórios e contas das empresas da nossa amostra, e tratados mediante o uso de estatísticas descritivas e de testes de Wilconxon. Os resultados obtidos indicam que a transição da norma afeta de forma significativa as seguintes rubricas do balanço: aumento do ativo não corrente, do passivo corrente e não corrente, dos financiamentos obtidos correntes e não correntes; e uma diminuição nos capitais próprios. O resultado líquido do período não é afetado de forma significativa, já que a maioria das empresas utilizou o método retrospetivo modificado na contabilização da transição para a nova norma. Por outro lado, a entrada em vigor da IFRS 16 afeta, de forma negativa, os rácios de Autonomia Financeira, de Liquidez Geral, de Solvabilidade, de Endividamento e de Rotação do Ativo. Este estudo contribui para a literatura, ao usar dados reais do impacto da transição para a IFRS 16, assim como para a prática, especialmente para preparadores e normalizadores, dando a conhecer os efetivos impactos daquela alteração normativa na informação financeira produzida.
|