Sépsis num serviço de urgência: caracterização do fenómeno

Enquadramento: A sépsis é caracterizada como uma síndrome clínica, causada pela resposta inflamatória sistémica desregulada do indivíduo à infeção, e pode provocar a falência de um ou mais órgãos, ou mesmo a morte da pessoa. Trata-se de um grave problema de saúde pública, para o qual já está definid...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pereira, Cátia Andreia de Jesus (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.8/2536
País:Portugal
Oai:oai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/2536
Descrição
Resumo:Enquadramento: A sépsis é caracterizada como uma síndrome clínica, causada pela resposta inflamatória sistémica desregulada do indivíduo à infeção, e pode provocar a falência de um ou mais órgãos, ou mesmo a morte da pessoa. Trata-se de um grave problema de saúde pública, para o qual já está definido um conjunto de atitudes e procedimentos terapêuticos que, realizados numa fase precoce, reduzem as taxas de morbilidade e mortalidade por sépsis. Os enfermeiros assumem um papel primordial especificamente no reconhecimento precoce, estratificação da gravidade e no início atempado do tratamento adequado. Objetivos: Determinar a taxa de prevalência da sépsis no SU; Conhecer as características sociodemográficas e de saúde dos doentes, aos quais foi diagnosticado sépsis ; Identificar o encaminhamento dado aos doentes com o diagnóstico de sépsis, desde a triagem de Manchester até à alta hospitalar; Conhecer a amplitude do fenómeno sépsis e caracterizar os indivíduos que apresentavam no momento da TM, critérios para integrar a VVS. Metodologia: Estudo descritivo simples, não experimental, retrospetivo, de carácter quantitativo, realizado numa amostra não probabilística e intencional, constituída pelos indivíduos que recorreram ao SU a quem foi diagnosticado sépsis, no período de 1 de Janeiro de 2015 a 31 de Dezembro de 2015. Estes dados foram recolhidos através de consulta processual e foram codificados e introduzidos numa base do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®). Resultados: A taxa de prevalência dos indivíduos admitidos no SU do CHL, no ano 2015 foi de 0,66%. A maioria dos indivíduos é do sexo feminino 123 (53,2%), com idade média de 77,35 anos. Recorreram com maior afluência ao SU no 4º trimestre do ano, maioritariamente no turno da manhã. Foi-lhes atribuída a prioridade urgente na maioria dos casos, com o fluxograma indisposição no adulto e dispneia, sendo o discriminador dor moderada utilizado com maior frequência. Permaneceram no SU em média 31h84m e no serviço de internamento aproximadamente 15 dias. Foram realizadas as colheitas de amostras para estudo microbiológico a 119 (51,5%) dos indivíduos e tanto a administração de antibióticos, como a administração de fluídos, foram realizadas à maioria da amostra. Verificou-se que o início da administração de antibiótico foi para além do tempo recomendado. Apenas 7,4% dos internamentos ocorreram em SMI. O sistema urinário constituiu o foco de infeção em 45,9% (106) indivíduos. Dos 60 (26%) indivíduos que apresentavam na admissão os critérios para a ativação da VVS, os critérios SIRS mais frequentes foram a taquicardia (86,7%) e a taquipneia (70,7%), e o foco de infeção foi o sistema respiratório em 26 (43,3%) indivíduos. Conclusão: Os resultados obtidos permitem concluir que há uma diferença entre o preconizado e a realidade constatada. Visando a melhoria contínua na qualidade dos cuidados prestados, o acervo da informação obtida, permite contribuir para a reflexão acerca da necessidade da implementação do protocolo de Via Verde Sépsis.