Summary: | As lesões da substância branca cerebral ou leucoaraiose são um achado neurorradiológico comum na população idosa e principalmente nos indivíduos com fatores de risco cardiovasculares, tais como: hipertensão arterial, diabete mellitus e dislipidemia, existindo atualmente evidência crescente da sua associação com doença cerebrovascular, défice cognitivo e morte. O comprometimento neuropsiquiátrico difere do da Doença de Alzheimer, sendo caraterizado por um quadro sintomático frontosubcortical com apatia, lentidão mental, disfunção executiva, perturbação da marcha e equilíbrio, distúrbios urinários e comprometimento cognitivo global. A síndrome demencial, que muitas vezes se desenvolve, é definida como Demência Vascular Subcortical, fazendo parte dum grupo heterogéneo de défices cognitivos, de causa vascular. A transição de uma vida autónoma para a dependência constitui um acontecimento crucial na vida pessoal, familiar e social do idoso. Deste modo, a incapacidade relacionada com a idade, é um desafio social e económico da sociedade moderna. As lesões da substância branca podem ser detetadas e quantificadas, através da Tomografia Computorizada ou da imagem por Ressonância Magnética, sendo esta última mais sensível. Estas lesões podem ser divididas em lesões da substância branca periventricular e lesões da substância branca profunda ou subcortical. Apesar do significado destes termos variar, de estudo para estudo e a própria classificação ser ainda debatida, diferenças nos mecanismos patogénicos podem fornecer pistas para perceber a fisiopatologia de muitas síndromes, associada a estas alterações. Apesar da extensa pesquisa sobre as lesões da substância branca, este continua a ser um assunto de discordância, intenso debate, e objeto de investigação.
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