A influência da temperatura na percepção e julgamento dos outros e do próprio

O estudo da percepção e julgamento social, no âmbito de uma abordagem clássica da cognição social, fundamenta-se nos pressupostos do processamento da informação, que sugerem que as representações que os indivíduos têm do mundo físico e social que os rodeiam são abstractas e amodais, ou seja, são ind...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marcelino, Sandra (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/1873
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/1873
Description
Summary:O estudo da percepção e julgamento social, no âmbito de uma abordagem clássica da cognição social, fundamenta-se nos pressupostos do processamento da informação, que sugerem que as representações que os indivíduos têm do mundo físico e social que os rodeiam são abstractas e amodais, ou seja, são independentes do contexto em que se formam e se recuperam. Ao longo dos anos, a influência que outros factores exercem na cognição humana tem vindo a ser reconhecida e explorada, nomeadamente, a emoção, a motivação, a par de factores contextuais do ambiente externo, físico e social, que passaram a ser encarados como factores intervenientes nos processos cognitivos. É nesta abordagem, da cognição social situada, que sugere que a natureza da cognição e do comportamento social é fortemente influenciada pela acção do organismo sobre o contexto e deste sobre o organismo, que o presente trabalho se enquadra. Com base neste enquadramento, colocamos como objectivo explorar o papel da temperatura do meio ambiente onde o percepiente social se insere, nas impressões e julgamentos que realiza em relação aos outros e a si próprio. Mais concretamente, sugerimos que a percepção e os julgamentos dos indivíduos acerca de alvos físicos e sociais e, ainda, acerca de si próprios, são mais positivos quando estes se encontram numa temperatura quente do que numa temperatura fria. No geral, os resultados apoiam, ainda que parcialmente, esta proposta e mostram que em condições de temperatura quente os julgamentos de outras pessoas e dos contextos físicos envolventes são mais favoráveis do que em condições de temperatura fria, reforçando, assim, a importância de considerar o papel das variáveis contextuais na cognição e julgamento.