Summary: | Partindo da premissa que os conflitos futuros não serão confinados aos conceitos militares tradicionais e de que a aplicação do instrumento militar se estende a um espectro alargado de conflito, verificamos que o Poder Aéreo se mantém como uma escolha estratégica natural. No entanto, a evolução tecnológica e os requisitos de dimunuição de danos colaterais, aliados à diversidade de ameaças e de possibilidades de emprego de forças, impõem custos incomportáveis para a manutenção de uma panóplia alargada de capacidades aéreas. Mais gravoso se torna quando se aplica esta realidade a países de recursos escassos. Apesar disso, a manutenção da relevância estratégica depende da forma como as Forças Aéreas adaptam as suas capacidades, permitindo alavancar o máximo potencial das características do Poder Aéreo em apoio dos objectivos estratégicos nacionais. Influenciados por esta sinopse, e num esforço de limitar o âmbito da análise, iremos tentar demonstrar que a natureza do Poder Aéreo torna-o adequado para as novas formas de coerção empregues no Sistema Internacional. Enquanto as forças terrestres actuam num espaço de batalha mais limitado, o Poder Aéreo usufrui das suas capacidades de longo alcance e penetração em centros de gravidade altamente protegidos. O âmago da nossa pesquisa procura resposta para a ressurgência da relevância estratégica do Poder Aéreo, tentando perscrutar as mutações sofridas pelas suas características e capacidades, relacionando-as com doutrinas emergentes como as Operações Baseadas em Efeitos, com a finalidade de antecipar possíveis consequências para o uso da força no Sistema Internacional. Assumindo Portugal como um promotor de Segurança internacional, com ambições crescentes nesta arena, este estudo ficaria incompleto se não avaliássemos de forma sucinta a relevância do Poder Aéreo enquanto vector do poder nacional, numa tentativa de descortinar a sua contribuição para o aumento de importância da política externa.
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