Summary: | Atualmente existe um reconhecimento pelas técnicas construtivas em terra crua, que tinham caído em desuso e que ressurgiram com a consciencialização face à sustentabilidade e no sentido de explorar recursos locais reutilizáveis. Este facto deve-se às características particulares do material terra, ecológico, reciclável, de baixo custo, acessível, incombustível e que apresenta um bom contributo para o isolamento térmico e acústico. A taipa (terra compactada entre taipais) apresenta-se a nível mundial como uma das mais antigas e difundidas técnicas de construção. Em Portugal a técnica da taipa reúne grande atenção devido às novas construções, à necessidade de reabilitação de edifícios antigos e à existência de um vasto património arquitetónico e valioso, que precisa ser preservado. Muitos dos edifícios antigos deterioram-se por falta de manutenção e reparação. Muitas vezes edifícios novos também apresentam problemas devido à falta de conhecimento da técnica de construção. Sendo assim necessário desenvolver métodos adequados para a reparação da taipa. De facto, existe atualmente um elevado desconhecimento ao nível da reabilitação e conservação superficial de paredes construídas com terra. Foram efetuados levantamentos a várias construções de taipa e constatou-se que uma das maiores dificuldades refere-se à utilização de argamassas de reparação, prendendo-se com o uso de materiais incompatíveis que são frequentemente usados, incluindo argamassa de cimento, que muitas vezes agravam a degradação das paredes. Do estudo desenvolvido considera-se que devem ser usadas argamassas com base em terra, compatíveis com estes tipos de suportes, apresentando-se nesta comunicação o seu comportamento.
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