Summary: | Esta dissertação de Mestrado em História Militar Medieval, com o título Portugal no Atlântico. A posse das Canárias nos séculos XIV-XV. Uma questão militar, tem o propósito de observar a entrada de Portugal na aventura Atlântica, após um processo de consolidação das suas fronteiras com Castela, inserido numa Europa a precisar de uma melhor estabilização político-militar, e num contexto ibérico em confronto com o Islão, no reino de Granada. Neste quadro relacional tem lugar o conflito luso-castelhano (1336-1339), que propomos aqui estudar como um dos meios propulsores para a expansão portuguesa. Neste contexto procuramos observar a «questão das Canárias» nos seus variados aspectos, integrando-a na complexidade da política governativa do rei Afonso IV e nas turbulentas relações com Castela, até ao momento final, quando aquele arquipélago é entregue, em feudo perpétuo, a um nobre castelhano. Alargava-se a Christianitas sobre aquelas terras gentias. Este acto, que é reconhecido pelo papa Clemente VI, a Luís de la Cerda, dá o direito de Principado, sobre a futura colonização e evangelização daquelas ilhas, enuncia os primeiros problemas que levarão à «questão das Canárias». Uma carta de Afonso IV de Portugal, datada de 1345, dedica-se a reclamar a posse das ditas ilhas, por ter sido o primeiro a enviar uma expedição naval àqueles territórios anterior à eclosão da guerra entre Portugal e Castela (1336-39) e a batalha do Salado de 1340, contra os muçulmanos. A partir daqui o problema multiplica-se em dimensões políticas, diplomáticas e militares, tendo em vista a resolução sobre o direito de posse para Portugal, ou para Castela. É Castela que vence esta disputa. Todavia a colonização e presença de castelhanos nas Canárias só se viria a dar já no século XV, em 1402. Até lá foram missões portuguesas a marcar a presença naquele arquipélago.
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