Infeção VIH/SIDA em Portugal: o rosto atual de uma epidemia com três décadas

Introdução e Objetivos: Portugal apresenta a maior taxa de novos casos de infeção VIH na Europa Ocidental e ascendia a 47390 o total de casos de infeção VIH notificados até 31 de Dezembro de 2013. Nos 30 anos que decorreram desde que o primeiro caso de infeção por VIH foi diagnosticado em Portugal a...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Cortes Martins, Helena (author)
Outros Autores: Shivaji, Tara (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2015
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.18/2900
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.insa.pt:10400.18/2900
Descrição
Resumo:Introdução e Objetivos: Portugal apresenta a maior taxa de novos casos de infeção VIH na Europa Ocidental e ascendia a 47390 o total de casos de infeção VIH notificados até 31 de Dezembro de 2013. Nos 30 anos que decorreram desde que o primeiro caso de infeção por VIH foi diagnosticado em Portugal a epidemia sofreu evolução, pelo que se afigura importante apresentar as suas características atuais. Métodos: Foi efetuada análise descritiva dos casos de infeção VIH e SIDA diagnosticados em 2013 e análise de tendências dos casos notificados ao INSA entre 1985 e 31 de Dezembro de 2013 usando o programa Joinpoint (versão 4.1.1). Resultados: Entre 2000-2012 a taxa de novos diagnósticos notificados apresenta um decréscimo lento. Em 2013, foram diagnosticadas e notificadas 1093 novas infeções, o que sugere uma taxa de 10,5 novas infeções por 100000 habitantes. O ratio H/M foi de 2,4. A mediana das idades à data do diagnóstico revela um aumento temporal ao longo da epidemia, em 2013 metade dos casos referentes a adultos correspondiam a indivíduos com idade ≥40 anos. O modo de transmissão mais frequente em 2013 foi o contacto heterossexual (61%). Contudo, regista-se um aumento temporal no número de casos na categoria “Homo/bissexual” e, em 2013, 43% dos novos casos de infeção em indivíduos do sexo masculino correspondem a homens que têm relações sexuais com homens (HSH). Os HSH tendem a ser mais jovens que os heterossexuais à data de diagnóstico, metade têm idade ≤32anos Os casos associados ao consumo de drogas representaram 7% dos novos diagnósticos em 2013. Dos 70% de novos casos com diagnóstico em 2013 e informação sobre valores de CD4 da primeira avaliação clínica, 58% referem valores <350 células/mm3. Durante o ano 2013 foram diagnosticados e comunicados ao INSA 322 novos casos de SIDA, sendo a pneumonia por Pneumocystis a doença definidora de SIDA mais comummente referida. Conclusões: A infeção por VIH continua a representar um desafio importante para a Saúde Pública de Portugal. Atualmente a transmissão é maioritariamente sexual em contraste com o verificado em décadas anteriores. O aumento do número de novos diagnósticos de infeção por VIH em jovens do sexo masculino que têm sexo com homens e a elevada percentagem de diagnósticos tardios em heterossexuais de meia-idade são tendências recentes que urge compreender e reverter.