Resumo: | O desenvolvimento e sucesso das iniciativas de empreendedorismo social está dependente de diversos fatores, em especial da aquisição de recursos financeiros. Há um vasto conjunto de instrumentos financeiros que podem ser usados nas fases iniciais e intermédias de um projeto, como os subsídios, donativos ou empréstimos, entre outros. No entanto, em Portugal, existem programas de financiamento que potenciam a criação e desenvolvimento de projetos sociais com vista a criar soluções inovadoras que permitam melhorar o bem-estar da sociedade. Um desses programas financeiros de apoio ao empreendedorismo social denomina-se “Parcerias para o Impacto”, tendo sido concebido pela Portugal Inovação Social. Este trabalho de investigação tem como objetivo fundamental compreender em que medida o programa de financiamento criado ao abrigo Parcerias para o Impacto é adequado para a implementação e desenvolvimento de projetos inovadores desenvolvidos no âmbito do empreendedorismo social. Em particular pretende-se compreender em que consiste o programa, o contributo que este oferece aos projetos inovadores, as principais dificuldades sentidas na candidatura, as principais razões para recorrer a este financiamento, bem como os benefícios e limitações percebidas pelos projetos que recorreram ao mesmo. A metodologia adotada nesta investigação caracteriza-se por ser qualitativa, sendo o instrumento de recolha de dados a entrevista. Como unidades de análise consideram-se, por um lado, um responsável pela Portugal Inovação Social e, por outro lado, nove organizações financiadas através do programa Parcerias para o Impacto. Relativamente aos resultados obtidos, constatou-se que este programa de financiamento proporciona às organizações uma injeção de capital significativo (não reembolsável), a aquisição de uma rede de contactos - com empresas e investidores -, credibilidade e visibilidade ao projeto, bem como a oportunidade de alargar o projeto e o impacto social alcançado. As organizações recorreram a este programa devido à falta de financiamento e por forma a colocar em prática projetos piloto que até então não tinha sido possível. As principais limitações e dificuldades sentidas no uso desta fonte de financiamento relacionam-se com a burocracia ainda existente e com a obtenção do investidor social.
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