Resumo: | O som tridimensional, nomeadamente o som binaural, não é uma tecnologia recente. Desde os finais do século XVIII que as primeiras experiências deram aso às contínuas tentativas para percecionar o som tal como o ser humano o escuta. As mais recentes inovações, nomeadamente no século XX, permitiram a melhoria deste tipo de tecnologia e a possibilidade de a aplicar às mais diversas indústrias, como o cinema ou os videojogos. A rádio não escapou a esta tendência e o som binaural é utilizado tanto no entretenimento como no jornalismo. Neste artigo, pretendemos destacar o papel do áudio e contrariar a premissa de que o vídeo matou a estrela da rádio. Começamos por abordar o conceito de som binaural através de um levantamento dos trabalhos académicos que, nos últimos anos, têm recuperado este conceito para, partindo dele, estabelecerem uma ligação com a rádio, os podcasts e/ou as novas narrativas radiofónicas. Num segundo momento concentramo-nos no mapeamento de alguns dos trabalhos que têm sido realizados no campo da rádio, a nível nacional e internacional, e que têm recorrido a esta tecnologia, sejam eles jornalísticos ou da área do entretenimento. Através deste cruzamento, entre a investigação académica e a produção de conteúdos, procuramos destacar a forma como temos vindo a assistir a uma revitalização da importância do áudio e ao despertar de novas experiências sonoras.
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