Resumo: | Este estudo inclui-se num trabalho mais amplo realizado no âmbito do mestrado em Educação Ambiental e refere-se às atitudes dos jovens face ao ambiente, no que respeita às alterações climáticas, na realidade de São Tomé e Príncipe. Considerando o nível de degradação ambiental que se tem verificado ao nível mundial, regional e, particularmente, ao nível nacional é imprescindível o conhecimento das atitudes dos jovens face ao ambiente em geral e face às alterações climáticas em particular, no sentido de se poder intervir para o desenvolvimento de aptidões pró ambientais que favoreçam uma relação saudável, responsável e consciente com o ambiente (Santos, 2010). Pretende-se conhecer as atitudes dos jovens face às questões ambientais associadas às mudanças climáticas e a sua interdependência em relação às variáveis sócio demográficas. Trata-se de uma investigação quantitativa, que de acordo com Fortin (2009) constitui um processo dedutivo através do qual os dados numéricos fornecem conhecimentos objetivos relativos às variáveis em estudo. A amostra foi constituída por 300 jovens de diferentes níveis de escolaridade do Liceu Nacional de São Tomé e Príncipe. Para a recolha de dados recorreu-se à aplicação de um inquérito por questionário. Procedeu-se à análise das atitudes dos jovens em função das variáveis sócio demográficas, os resultados mostraram inexistência de diferenças de atitudes entre jovens do sexo masculino e feminino. Evidenciaram, ainda, que os alunos compreendiam e revelaram simpatia para com o ambiente. A maioria dos alunos inquiridos demonstrou sensibilidades ambientais e compromissos com base numa ampla gama de medidas. Os alunos têm conhecimento de vários problemas ambientais (como poluição atmosférica e a queima, em grande escala, da floresta). Ao mesmo tempo, e muito embora os alunos apresentem bons conhecimentos sobre os problemas ambientais, os resultados mostraram também que a questão dos resíduos sólidos, bem como a alteração climática não estão a ter a merecida atenção. Não está claro até que ponto as sensibilidades dos alunos face ao ambiente implicam o comprometimento com o ambiente. Os alunos com maior nível de escolaridade revelaram atitudes mais favoráveis em relação ao ambiente o que vem reforçar a ideia que quanto maior o nível de conhecimento mais favoráveis serão as atitudes face ao ambiente. Ficou claro que a idade dos jovens terá tido influência nas respostas dadas, e na sua atitude face ao ambiente. Os indivíduos mais novos apresentaram atitudes mais favoráveis ao ambiente do que os mais velhos, o que vem reforçar a ideia de que a Educação Ambiental deve ser implementada desde a mais tenra idade de forma a incutir nos sujeitos desde o inicio da vida o fascínio pela conservação da natureza. O estudo sugere também novas áreas para a investigação futura como forma de enriquecer ainda mais os estudos sobre a problemática ambiental em São Tome e Príncipe.
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