Summary: | Este artigo desenvolve o conceito de Pré-Voz, ancorado não só numa prática artística — onde são referidas algumas pesquisas performativas vocais, nomeadamente no espectáculo MAGMA (solo vocal) e em obras de pioneiros da pesquisa vocal como Cathy Berberian e Meredith Monk —, mas também na teorização elaborada por Gilles Deleuze quanto ao conceito de pré-pictórico, na de Gilbert Simondon quanto à noção de pré-indivíduo e na de Eugenio Barba quanto à de pré-expressivo. A Pré-Voz como potência e sentido do gesto vocal é também um ainda Nada sonoro que se irá revelar em parte na emissão vocal. Na procura de uma vocalidade que mais directamente traduza o seu carácter ontológico e singular, a pintura de Francis Bacon é tomada como um impulsionador da emergência vocal em cena, resultando num afastamento do logocentrismo e melocentrismo, que são comummente considerados a principal função da voz.
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