Resumo: | O protótipo do betão auto-compactável surgiu no Japão na década de oitenta, por proposta do Professor Hajime Okamura, como forma de combater um défice de durabilidade em resultado de uma deficiente compactação do betão vibrado, decorrente do decréscimo na mão-de-obra especializada. As suas potencialidades já foram provadas pela sua grande aplicação por todo o mundo. No entanto, o conhecimento das suas propriedades no estado endurecido ainda não é completo. O conhecimento e previsão correctos das propriedades do betão auto-compactável no estado endurecido permitem prevenir problemas futuros nas construções, bem como elevar ainda mais a sua potencialidade e aplicabilidade. De forma a contribuir para um maior esclarecimento deste tema foi elaborada a presente dissertação, que contempla, numa primeira fase da revisão bibliográfica, uma comparação das propriedades no estado endurecido entre o betão auto-compactável, o betão corrente vibrado e o betão de alta resistência. Na segunda fase da revisão bibliográfica são ainda compilados e comparados entre si diferentes modelos de previsão das propriedades no estado endurecido do betão corrente vibrado e é avaliada a viabilidade de aplicação destes modelos ao betão auto-compactável, através da comparação dos valores obtidos com recurso a estes modelos e os valores experimentais obtidos em diferentes estudos recentes. As propriedades como a resistência à compressão, resistência a tracção, módulo de elasticidade, módulo de ruptura, retracção e fluência são tratados nesta dissertação. Comparados os valores de previsão dos códigos aplicados ao betão vibrado corrente com os valores experimentais obtidos no betão auto-compactável, concluiu-se que todos os códigos podem ser aplicados, no entanto, alguns são mais apropriados para a estimativa de determinadas propriedades que outros. Os modelos propostos pelo ACI são os que melhor se aproximam dos valores obtidos experimentalmente para a resistência à compressão, resistência à tracção, módulo de elasticidade e módulo de ruptura, enquanto os modelos do CEB-FIP 90 se adequam melhor à estimativa dos valores de retracção e de fluência.
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