Summary: | Da experi?ncia pessoal a cuidar de doentes terminais no domic?lio, nasce a vontade de enquadrar o desafio vivido pelos enfermeiros ao cuidar a pessoa como ser ?nico, numa experi?ncia de vida t?o arrebatadora como ? a fase terminal. ? neste contexto que surge este estudo que tem como objetivo geral compreender a(s) experi?ncia(s) dos enfermeiros no cuidar do doente terminal no domic?lio, de modo a contribuir para uma melhor pr?tica de cuidados. O presente estudo ? descritivo, explorat?rio, de abordagem qualitativa. Como estrat?gia de recolha de dados optamos pela entrevista semi-estruturada, dirigida a enfermeiros que prestam cuidados de enfermagem no domic?lio. Da an?lise de conte?do (Bardin,2004) dos discursos foram definidas seis ?reas tem?ticas: cuidados de enfermagem ao doente terminal; dificuldades no cuidar do doente terminal no domic?lio; fatores potenciadores do cuidar do doente terminal no domic?lio; contributos da interven??o dos enfermeiros; estrat?gias mobilizadas pelos enfermeiros; e sugest?es dos enfermeiros. A n?vel dos cuidados de enfermagem prestados ao doente terminal foi evidente que dirigem a sua interven??o ao doente, mas tamb?m ao cuidador informal. Em rela??o a este, os cuidados centram-se no proporcionar conhecimento e no dar apoio. Quanto aos cuidados de enfermagem prestados ao doente terminal centram-se nos cuidados t?cnicos, no apoio emocional, proporcionar conforto e uma morte digna. As dificuldades no cuidar do doente terminal est?o centradas: no cuidador informal - a inseguran?a, recusa de cuidados e a falta de envolvimento; na organiza??o ? falta de tempo, trabalho em equipa, recursos materiais e continuidade de cuidados; no pr?prio enfermeiro - a falta de forma??o em cuidados paliativos, a dificuldade de lidar com os cuidadores informais, com a morte e o sofrimento, o sentimento de impot?ncia e a comunica??o de m?s not?cias.Os fatores facilitadores no cuidar no domic?lio s?o a colabora??o do cuidador informal, a exist?ncia de enfermeiro de fam?lia/refer?ncia, o trabalho em equipa e a disponibilidade de tempo. Foram referidos contributos da interven??o dos enfermeiros: quer para o doente, nomeadamente estar no seu ambiente familiar e proporcionar uma morte digna; quer para o pr?prio enfermeiro, tais como a satisfa??o do doente terminal e do cuidador informal com a visita domicili?ria e refletir sobre a sua interven??o. Como estrat?gias perante as dificuldades, os enfermeiros recorrem a mecanismos de defesa/fuga e a procura de conhecimentos. Apesar do esfor?o pessoal dos enfermeiros contra as adversidades, ressalta neste estudo a necessidade de forma??o em cuidados paliativos, a falta de continuidade de cuidados e a falta de equipas comunit?rias de cuidados paliativos, de modo a que os enfermeiros possam garantir cuidados globais com vista ? melhoria da qualidade dos cuidados ? pessoa em final de vida.
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