Summary: | Na segunda metade da década de 80, jovens licenciados na área das ciências sociais e humanas deixaram Lisboa e outras cidades onde estudaram, e voltaram à aldeia que os viu nascer para viver e procurar desenvolver localmente. Procuraram pôr de pé algumas das aprendizagens que haviam feito na área da museologia e da antropologia. Uma exposição etnológica foi o recurso e processo para juntar gerações, quer como investigadores de si e dos seus familiares, quer como promotores e visitantes assíduos do espaço musealizado para o efeito. Após o desafio desses jovens, acolhido por uma associação cultural, recreativa e desportiva, avós, pais e netos viram-se juntos a procurar elementos e objetos culturais que pudessem ser expostos, devidamente identificados numa ficha temática, num centro cultural onde não houve a clássica separação de artistas e público, de quem anima e de quem é animado. Os proponentes limitaram-se a dar alguma informação inicial sobre os objetos que poderiam ser recolhidos, catalogados e expostos, através dum processo mediador e emancipador de quem vai ganhando gosto pela pesquisa etnográfica. A exposição esteve patente ao público durante 3 meses do ano de 1985 e voltou a ser repetida e aprofundada, sempre com o empenho da população, no verão de 1987. Os sujeitos envolvidos foram sempre investigadores, de si e dos outros, atores e, simultaneamente, contempladores.
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