Summary: | O fenómeno de bullying é uma temática que tem vindo a adquirir especial relevo em contexto escolar, principalmente pela amplitude que tem alcançado na sociedade por meio de diversas referências nos meios de comunicação social. Na literatura da especialidade são vários os estudos nacionais e internacionais que indicam que este problema existe e que afecta um vasto número de crianças e jovens no contexto escolar: na Suécia (Olweus, 1993); em Inglaterra (Whitney e Smith, 1993); em Espanha (Cantero e Zabala, 2006; Ruiz, 1998); no Brasil (Abramovay e Rua, 2002); em Portugal (Pereira et al., 2004; Sebastião et al., 2003; Pereira et al. 1996); em França (Turcotte e Lamonde, 2004; Debarbieux e Blaya, 2002); entre outros. Numa leitura mais pormenorizada, depressa se chega à conclusão que os estudos internacionais são mais vastos do que os nacionais. Em Portugal, a produção científica sobre a problemática da violência em contexto escolar ainda parece ser relativamente recente e escassa, tal como afirmava Sebastião et al. em 2003. No entanto, a literatura parece ser consensual quanto à necessidade de se investigar mais este campo de estudo, de modo a construir uma visão mais alargada e crítica sobre o mesmo, contribuindo para a sua compreensão. Daí que este estudo pretenda analisar, em particular, este fenómeno no 3.º ciclo do ensino básico do distrito de Bragança. Para tal definiram-se os seguintes objectivos específicos: i) estudar o fenómeno do bullying em crianças do 3º ciclo (7º, 8º e 9º anos); ii) verificar se existem casos assumidos de bullying em crianças do 3º ciclo (7º, 8º e 9º anos); iii) averiguar se os inquiridos conhecem instituições que encaminham e procuram resolver situações de bullying. A escolha da amostra do presente estudo foi aleatória simples e é constituída por 52 alunos do 3.º ciclo do ensino básico. Para a recolha de dados foi utilizado um inquérito por questionário constituído por questões fechadas. Os dados permitiram concluir que existem casos de bullying, assumidos pelos agressores, mas não assumidos pelas vítimas. Verificamos também que, entre os inquiridos, existem as três tipologias de intervenientes: agressores, vítimas e testemunhas/observadores. Em geral, os inquiridos não conhecem instituições que encaminham e procuram resolver situações de bullying.
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