Summary: | São apresentados aspectos da morfologia granítica de um sector fronteiriço do nordeste transmontano, a Serra de Gamoneda-Montesinho. Esta montanha é a terminação meridional dos relevos cantábrico-leoneses, tendo soerguido essencialmente durante o Cenozóico médio. Trata-se do correspondente morfológico do maciço granítico com o mesmo nome, apresentando em grande parte restos da cobertura do material rochoso encaixante, fundamentalmente xistos ordovícicos. Foram aí identificadas duas superfícies de aplanamento principais: um nível superior, acima dos 1500 metros (Gamoneda), correspondente aos cumes da montanha, no sector espanhol; um nível entre os 1300 e os 1400 metros (Montesinho), que se desenvolve essencialmente no sector português. Confirmou-se a existência de geoformas graníticas de diversas dimensões, destacando-se dois tipos de geoformas de pormenor que, pela sua concentração elevada e pelo seu valor estético, conferem singularidade à paisagem da serra: blocos com gnammas e blocos com pseudoestratificação. Estas geoformas ocorrem essencialmente no sector português, associadas à superfície de Montesinho. Considera-se a sua génese associada a factores de índole endógena e exógena. Em função das geoformas graníticas e dos processos geomorfológicos envolvidos, estabelece-se uma distinção entre os dois sectores principais da montanha.
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