Resumo: | Introdução: As doenças cardíacas isquémicas e os acidentes vasculares cerebrais são, segundo a organização mundial de saúde, as duas causas de morte com impacto mais significativo a nível mundial. Consciencializar a população para Estilos de Vida Saudáveis (EVS) é cada vez mais importante, podendo prevenir Doenças Cardiovasculares (DCV's). Cabe aos enfermeiros, enquanto agentes de educação em saúde, promover EVS e prevenir e controlar DCV's. Objetivos: Caracterizar o perfil de Estilo de Vida (EV) e o perfil sociodemográfico; identificar fatores de risco tendo em conta os resultados da avaliação de parâmetros clínicos; analisar as relações estatisticamente significativas entre os EV, os parâmetros clínicos e caracterização sociodemográfica; promover comportamentos promotores da saúde e estilos/hábitos de vida saudáveis. Metodologia: Inserido no projeto Viver Com o Coração (VCC), realizou-se um estudo exploratório descritivo correlacional, de âmbito quantitativo numa amostra de 74 habitantes de Condeixa (adultos), sendo 41 do sexo feminino e 33 do sexo masculino, com idade média de 56,74±15,473, compreendidas entre os 18 e os 82 anos. Foi aplicado um instrumento de recolha de informação composto por uma caracterização sociodemográfica; antecedentes pessoais; a escala Estilo de Vida Fantástico (Silva, Brito, & Amado, 2011); e uma avaliação clínica (IMC1, PA2, TA3, FC4, Glicémia e Colesterol Total). Resultados: Os participantes maioritariamente vivem no meio rural (98,6%) e 81,1% possui o 4ºano, 8,1% o ensino secundário e a licenciatura. A média global do EV avaliada pela escala Estilo de Vida Fantástico foi 89,55±9,399, com score mínimo de 68 e máximo 110 pontos, considerado um estilo de vida Bom. Dos participantes no estudo a maioria não tem diabetes (93,2%) e não são hipertensos (60,8%), apresentando um valor médio de glicemia de 110,64±26,492mg/dL, e um valor médio de tensão arterial de TAS5 de 133,36±16,059 mmHG e de TAD6 de 78,24±9,985mmHg. Quanto ao Colesterol, os participantes apresentaram uma média de 173,28±74,252, considerado baixo risco para o desenvolvimento de DCV's, relativamente ao IMC a média foi de 28,11±4,859, considerada de sobrepeso. Foram encontradas correlações significativas entre: EV e TA; entre IMC e PA, TA e Glicémia. Não se verificaram relações estatisticamente significativas entre as características sociodemográficas e os EV dos participantes no estudo. Conclusões: Estes resultados evidenciam que a população alvo encontra-se com um EV Bom e que existe uma relação estatisticamente positiva entre o EV e os parâmetros clínicos estudados, mas não existe relação estatística entre as características sociodemográficas e os EV. Assim, devemos continuar a investir na reeducação das populações através da consulta de enfermagem, ensinos e aconselhamentos individualizados relativamente aos fatores supracitados, para existir uma diminuição das DCV's. Este estudo que se insere no projeto VCC contribuirá para o planeamento de novos programas em saúde, nomeadamente prevenção e promoção de saúde cardiovascular, através de rastreios e intervenções educativas. Palavras-chave: estilo de vida; hipertensão; DVC. Referências bibliográficas: Ferreira, P. (2011). Enfermagem em cardiologia: Contributos sociopsicológicos e profissionais para a melhoria dos cuidados (Tese de doutoramento). Badajoz, Espanha. Magalhães, C. P. (2013). Acessibilidade e utilização das fontes de informação sobre doenças cardiovasculares: Percepção de doentes e profissionais de saúde (Dissertação de mestrado). Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação, Portugal. Silva, A., Brito, I., & Amado, J. (2011). Adaptação e validação do questionário "estilo de vida fantástico": Resultados psicométricos preliminares. Revista de Enfermagem Referência, 3(2), 650.
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