Summary: | O principal objectivo desta dissertação é observar e reflectir sobre as práticas curriculares em Jardim de Infância, procurando descortinar a relação entre os estilos de interacção educador/criança e o Auto-conceito do Educador de Infância, partindo dos pressupostos de que: - a interacção educativa educador/criança(s) é um dos factores mais relevantes para a implementação de práticas curriculares de qualidade; - crianças com elevada auto-estima têm sido avaliadas como significativamente mais competentes em lidar com assuntos pessoais, sociais e académicos do que crianças com média ou baixa auto-estima; - o educador de Infância pode assumir uma dupla importância na formação e desenvolvimento do auto-conceito da criança por desempenhar o papel de um adulto muito significativo para a criança, e por poder influenciar positivamente os pais na educação e respeito por ela; - para que o educador consiga estabelecer uma boa relação com os seus educandos e com os pares, terá, antes de tudo, de estabelecer uma boa relação consigo próprio; No primeiro capítulo procuramos compreender e explicar a noção de auto-conceito relacionando-o com outros constructos adjacentes e/ou utilizados, tanto na linguagem corrente como na literatura de especialidade, como sinónimos. No segundo capítulo tentamos especificar a importância do Auto-conceito no Educador de Infância, enquanto pessoa adulta em situação constante de formação e enquanto profissional de educação. No terceiro capítulo, reflecte-se sobre os diferentes estilos de interacção adulta, utilizando como principais referentes teóricos: - Perspectivas de Qualidade em Educação de Infância; - Orientações Curriculares para o Pré-escolar; - Educação Experiencial. O estudo empírico (estudo de caso múltiplo), foi realizado em quatro contextos de Educação de Infância, e dele fizeram parte cinco educadoras de Infância. Para estudar e avaliar o auto-conceito, foram adaptadas as escalas de auto-conceito escolar (do tipo questionários auto-descritivos, na modalidade de diferencial semântico) desenvolvidas e utilizadas por Graça Seco (1991) num estudo transversal realizado com educadoras de Infância e entrevistas semi-estruturadas e respectiva análise de conteúdo. Para a observação e classificação das práticas dos educadores, foi utilizada a Adult Child Observation Schedule ASOS – Forma B (Laevers, Bertram e Pascal, 1995). A análise dos dados permitiu identificar diferenças de níveis de interacção educativa, embora não se encontrassem evidências claras de relação directa com o conceito de si relativamente a cada educadora, uma vez que é elevado o Auto-conceito narrado por todas as educadoras. Finalmente são apresentadas algumas das possíveis implicações para a investigação em geral e práticas pedagógicas, em particular.
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