Da Clandestinidade para a Liberdade: histórias de vida de mulheres comunistas

Este trabalho resulta de uma investigação focada nas histórias de vida de mulheres comunistas num momento de profundas transformações da sociedade portuguesa. A sua integração e militância no Partido Comunista Português é constitutiva da sua identidade. O contexto dessa militância, durante a ditadur...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gonzalez, Sara Alexandra Calado (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10362/33275
Country:Portugal
Oai:oai:run.unl.pt:10362/33275
Description
Summary:Este trabalho resulta de uma investigação focada nas histórias de vida de mulheres comunistas num momento de profundas transformações da sociedade portuguesa. A sua integração e militância no Partido Comunista Português é constitutiva da sua identidade. O contexto dessa militância, durante a ditadura e sujeita aos mecanismos alargados de repressão desenvolvidos pelo Estado Novo, teve como consequência a criação e sofisticação da dimensão clandestina da organização e actividade política. Neste sentido, o ponto de partida para a nossa investigação é a memória da reflexividade política das nossas interlocutoras, antes da entrada no PCP e no momento de entrada no aparelho clandestino comunista. Focámo-nos nas tarefas políticas, ritmos de trabalho e quotidiano de formação política/ideológica durante a clandestinidade, em conjunto com o universo alargado de sociabilidades desenvolvidas dentro desta circunstância relacional. Todavia, a perspectiva de género a partir da qual construímos o nosso percurso pretendia não apenas olhar para a condição da mulher na clandestinidade, instituição já relativamente escrutinada em outros trabalhos, mas, em particular, olhar para essa condição no fim do regime ditatorial e durante o período revolucionário a partir da experiência militante e social destas mulheres. Num contexto político e social em que a luta pela emancipação feminina se intensificou, a memória desta mulheres sobre os processos de transição para a democracia são centrais para compreender as dinâmicas de mudança e de continuidade nas relações de género na sociedade portuguesa. Como suporte metodológico, apoiamo- nos em fontes orais - histórias de vida e consequentes entrevistas - e outras fontes documentais.