Radioembolização de Metástases Hepáticas de Carcinoma Colorretal. Um Estudo Retrospetivo de 9 Anos numa Instituição oncológica

Introdução: O papel da radioembolização (RE) de metástases hepáticas de carcinoma colorretal (mhCCR) permanece indefinido. O presente estudo pretende avaliar os resultados e possíveis fatores de prognóstico da RE nestes pacientes. Metodologia: Foi realizada uma análise retrospetiva de todos os doent...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Costa, M (author)
Other Authors: Ferreira, B (author), Sousa, M (author), Costa, N (author), Castelo-Branco, M (author), Gonçalves, B (author)
Format: article
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.17/4199
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.chlc.min-saude.pt:10400.17/4199
Description
Summary:Introdução: O papel da radioembolização (RE) de metástases hepáticas de carcinoma colorretal (mhCCR) permanece indefinido. O presente estudo pretende avaliar os resultados e possíveis fatores de prognóstico da RE nestes pacientes. Metodologia: Foi realizada uma análise retrospetiva de todos os doentes com mhCCR quimiorrefratárias e irressecáveis submetidos a RE numa instituição, desde janeiro de 2011 a março de 2020. A sobrevida a um ano foi determinada pelo método de Kaplan-Meier; para avaliação de fatores de prognóstico foram usados os testes log-Rank, Qui-quadrado, Fisher, Mann-Whitney e teste-t. Resultados: Foram avaliados 30 pacientes. A idade média foi de 61,5 anos e a maioria dos doentes eram do sexo masculino (63,3%). A dor abdominal foi a complicação mais frequente (40%). O sucesso da RE (definido pela resposta tomográfica, segundo os critérios RECIST 1.1, como parcial, completa ou estável, aos três meses de seguimento) foi observado em 50% dos casos. Um estádio ≤ 3 (p<0,040), níveis de CEA < 20 ng/mL no momento do diagnóstico (p=0,035) e após a RE (p=0,023), e ausência de invasão vascular (p=0,028) ou linfática (p=0,020) na peça cirúrgica do tumor primário, bem como um tempo livre de metastização superior a um ano desde o diagnóstico (p=0,036) foram significativamente associados ao sucesso da RE. O tempo médio de sobrevivência de pacientes com e sem sucesso na RE foi de 9,4 e 8,9 meses, respetivamente. Conclusão: A RE é uma terapêutica bem-tolerada, com resultados objetivos em metade dos pacientes tratados e com um aumento não significativo da sobrevivência dos doentes. Existem fatores de prognóstico de resposta à RE que foram identificados e que podem ajudar a selecionar melhor os doentes a tratar.