Resumo: | No atual contexto escolar, a valorização do trabalho colaborativo e a supervisão da prática letiva são uma exigência e um imperativo de uma ação profissional consciente e ponderada. A este imperativo adita-se o desafio de romper preconceitos e quebrar com a cultura docente, fortemente marcada pelo isolamento e o individualismo, criando oportunidades de desenvolvimento profissional, em que o conhecimento e o saber-fazer possam ser partilhados numa construção coletiva de significados, em função das experiências profissionais de cada docente. Assumir a supervisão como uma estratégia de formação significa reconhecer as potencialidades da colaboração no desenvolvimento profissional, a capacidade de passar de uma cultura do “eu” para uma cultura do “nós”. É neste enquadramento que temos vindo a desenvolver, em diversas escolas, algumas experiências de supervisão colaborativa, apoiada nas três etapas do modelo clínico (préobservação, observação e pós-observação) e em alguns pressupostos como o respeito pelos interesses e necessidades de cada professor, a confiança e o caráter voluntário. Neste texto partimos de uma reflexão sobre o papel da supervisão na escola do século XXI, invocando o trabalho colaborativo e a necessidade de mudança na cultura docente. Partilhamos a conceção de supervisão colaborativa que nos move e o modo como tem sido operacionalizada nas escolas, com quem temos vindo a trabalhar, recorrendo a testemunhos de quem viveu, na primeira pessoa, a experiência da supervisão colaborativa, na modalidade interpares.
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