Risco de quedas em mulheres idosas com incontinência urinária na comunidade

Enquadramento: O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade, sendo mais frequente nas mulheres, o que coloca a queda como um dos grandes problemas de saúde pública (Blanco, 2007 & DGS, 2012). Alguns fatores sobrepõem-se a outros havendo necessidade de entender quais os fator...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Carvalho, Paula Margarida Ribeiro Gonçalves (author)
Outros Autores: Chaves, Cláudia Margarida Correia Balula, orient. (author), Andrade, Ana Isabel Nunes Pereira Azevedo, co-orient. (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.19/1973
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/1973
Descrição
Resumo:Enquadramento: O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade, sendo mais frequente nas mulheres, o que coloca a queda como um dos grandes problemas de saúde pública (Blanco, 2007 & DGS, 2012). Alguns fatores sobrepõem-se a outros havendo necessidade de entender quais os fatores responsáveis por uma queda. Sherrington, Hylton e Close (2007), referem como fatores predisponentes das quedas nas mulheres outra síndrome geriátrica: a incapacidade de controlo da função urinária. Objetivos: Pretendemos avaliar a prevalência de IU nas mulheres com idade superior ou igual a 65 anos residentes na comunidade Campo/Caramulo; verificar se a IU aumenta o risco de quedas; saber em que medida as variáveis sociodemográficas influenciam o risco de quedas nas idosas com idades ≥ a 65 anos; avaliar o efeito das variáveis «características clínicas» sobre o risco de quedas nas idosas com idades superior ou igual a 65 anos; avaliar qual o impacto que a IU assume no risco de quedas nas mulheres idosas que recorrem à Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) Campo/Caramulo. Métodos: Estudo exploratório, descritivo e transversal com uma componente correlacional. A amostragem é não-probabilística por conveniência, constituída por 68 mulheres idosas entre os 65 e os 95 anos de idade. O instrumento de colheita de dados permite a caracterização sociodemográfica, clínica, obstétrica e ginecológica e ainda avalia impacto de incontinência urinária (IU), atividades instrumentais de vida diária (AIVD) e o risco de quedas das mulheres. Resultados: Realça-se que 52,9% das mulheres têm companheiro e 38,2 % tem baixa escolaridade, 83,8% das mulheres estão inativas/reformadas e apenas 16,2% estão em atividade. Ao longo da vida, as suas profissões foram distribuídas por trabalhos não qualificados (58,8%); A zona de residência é maioritariamente rural (67,6%). Vivem em casa própria (66,2%) ou num lar (25%) e vivem com companhia (82,4%). As mulheres realçam um impacto de IU muito grave (35,3%) e 26,5% IU moderada. As mulheres sem companheiro tendem a ter IU muito grave e as mulheres com companheiro tendem a ter IU leve. As mulheres que têm impacto de IU grave ou muito grave usam mais pensos absorventes diariamente. A nível de dependência 41,2% das mulheres classifica-a como moderada; 19,1% têm dependência severa e 39,7% são independentes. As mulheres com dependência severa tendem a ter idades entre os 75 e os 95 anos e vivem sem companheiro. As mulheres com dependência severa têm escolaridade baixa. As mulheres independentes residem em zonas urbanas. As mulheres que vivem no lar tendem a ter um nível de dependência severo comparativamente às que vivem em casa própria ou arrendada. As mulheres com infeções urinárias apresentem uma dependência moderada. As mulheres com menos micções são independentes enquanto as que têm mais de 2 micções noturnas têm uma dependência moderada. Pôde observar-se que 50% das mulheres têm um risco de quedas elevado; 32,4% têm um risco baixo e 17,6% não apresentam risco de quedas. As mulheres com ensino secundário ou superior não têm risco de quedas. As mulheres sem perda de urina não têm risco de quedas. Quanto maior o impacto da IU das mulheres maior é o seu grau de dependência nas AIVD. Os determinantes do risco de quedas nas mulheres idosas residentes na comunidade Campo/Caramulo são as habilitações literárias, a perda de urina e o impacto da IU com um peso preditivo de 9,3%. Conclusão: A incontinência urinária (IU) continua a ser um problema que afeta muitas mulheres idosas, não apenas em relação à gravidade da sintomatologia mas também ao impacto psicológico e social, estando relacionada com a forma como lesa as atividades de vida diária. Após identificação dos fatores relacionados pode-se avançar com estratégias de prevenção e minimização do problema. Palavra-Chave: Atividades instrumentais de vida diária; Incontinência urinária; Risco de quedas; Saúde da mulher; Envelhecimento.