Resumo: | A adição afeta um grupo cada vez mais díspar de indivíduos que tendem a ser discriminados e desacreditados pela sociedade. Esta marginalização condiciona vários domínios da sua vida, como o percurso profissional e a construção de relações interpessoais. Este trabalho, de âmbito comunitário em Educação não-formal de adultos foi desenvolvido em conjunto com o STOL - Science Through Our Lives (um projeto de comunicação de ciência da Universidade do Minho). O público-alvo é constituído por um grupo de residentes de uma comunidade em processo de tratamento por problemas de adição e/ou distúrbios comportamentais. A nossa ação visou a promoção e a valorização do desenvolvimento pessoal e social da comunidade, centrando-se na transformação do quotidiano por forma a melhorar o bem-estar conjunto. Como eixos orientadores definiram-se os seguintes objetivos: fomentar a partilha e reflexão; promover a autonomia e a participação e sensibilizar para a importância da ciência na compreensão do mundo. Em sequência implementaram-se atividades de ciência agrupadas sob a definição “A Ciência da Nossa Vida”, que contaram com a participação direta dos envolvidos. Como exemplo referem-se: a sensibilização sobre drogas lícitas como o álcool (quantificação do álcool presente em diferentes bebidas e desenvolvimento de uma fermentação alcoólica) e tabaco (construção de um “cigarro gigante”, representação da sua composição química e exposição de imagens alusivas aos riscos) e ilícitas como a cannabis, cocaína e heroína (países e plantas de origem e consequências do seu consumo), promoção de um estilo de vida saudável (criação de uma horta biológica e adaptação a hábitos alimentares adequados) e observação do mundo que nos rodeia a outra escala (identificação de estrelas e constelações). De forma a verificar o impacto das atividades recorreu-se a um questionário modelo, avaliador das reações dos participantes, e à apreciação analítica pela investigadora, com base na observação direta e em notas de campo. Todo este processo permitiu o desenvolvimento do espírito crítico e a consciencialização sobre as temáticas, por parte da população-alvo, alertando para a importância de impulsionar intervenções similares É crucial conhecer bem o contexto a as particularidades de cada indivíduo, para tornar a intervenção eficaz e, simultaneamente, valorizada pela população.
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