| Summary: | O Humulus lupulus L. é uma espécie pertencente à família Cannabaceae. O lúpulo, como é vulgarmente conhecido, é uma planta herbácea perene, dióica e normalmente diplóide (2n=20) [1]. É na produção de cerveja que o lúpulo apresenta o seu maior valor económico a nível internacional. Foi na Flandres que começou verdadeiramente a produção de cerveja, uma vez que desde o início da sua fabricação na Mesopotâmia, até então, a cerveja era uma bebida adocicada, baseada na fermentação de malte, com o nome de Ale sendo a sua conservação um dos maiores problemas. A utilização de lúpulo veio resolver esse problema, visto que produz compostos com acção bactericida, em particular contra bactérias Gram-negativas [2]. A sua produção estendeu-se por toda a Europa e, daí, ao resto do mundo. Actualmente a procura de novos aromas tem vindo a aumentar, impulsionada pela recente expansão da produção artesanal de cerveja em Portugal. Uma vez que existe lúpulo espontâneo em grande parte do país, a recolha e análise dos aromas desses lúpulos poderá levar-nos ao desenvolvimento de novos e mais aromas. As componentes voláteis extraídas de lúpulos espontâneos recolhidos na zona de Bragança, foram analisadas e comparadas com as de variedades comerciais. Material e métodos: O material vegetal foi colhido em diferentes zonas do distrito de Bragança, junto a cursos de água. Os cones femininos foram recolhidos e os voláteis foram extraídos num sistema Likens-Nickerson e posteriormente analisados por CG e CG-EM. Resultados e conclusão: Os resultados obtidos evidenciam uma certa semelhança na componente monoterpénica, com o β-mirceno como composto maioritário (75 e 64%, respectivamente na amostra do cultivar e na amostra do espontâneo) e diferenças notórias na componente sesquiterpénica, bem evidente nos casos do α-humulene (12% no cultivar, 0,2% no espontâneo) e do trans-β-farnesene (não detectado no cultivar, 9% no espontâneo). É também merecedor de realce a maior riqueza da componente sesquiterpénica do clone espontâneo, em particular nos compostos oxigenados
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