Acidente vascular cerebral isquémico e estenose intracraniana

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) constitui uma importante causa de morbilidade e mortalidade a nível global. Uma das suas etiologias é a estenose das artérias intracranianas. Este assunto ganha cada vez mais importância e tem vindo a despertar interesse, devido á alta prevalência dos seus fatores...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Azevedo, Joana Catarina Garcia (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.6/1404
País:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1404
Descrição
Resumo:O Acidente Vascular Cerebral (AVC) constitui uma importante causa de morbilidade e mortalidade a nível global. Uma das suas etiologias é a estenose das artérias intracranianas. Este assunto ganha cada vez mais importância e tem vindo a despertar interesse, devido á alta prevalência dos seus fatores de risco e à sua alta taxa de recorrência, mesmo quando tratada. A epidemiologia da Estenose Intracraniana varia com a população estudada, sendo mais comum em hispânicos, negros e asiáticos. Nos dias de hoje é uma causa também a ter em conta nos caucasianos, onde é responsável por cerca de 10% dos AVCs isquémicos. O diagnóstico desta patologia é cada vez mais acessível com o advento de técnicas não invasivas como o Doppler Transcraniano, e a Angiografia por Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética. Por outro lado, existem lacunas no conhecimento da estenose das artérias intracranianas no que concerne à sua fisiopatologia e história natural. Acredita-se que esta seja fruto de um mecanismo próprio de aterogénese em íntima ligação com a inflamação, angiogénese e criação de circulação colateral. Cada vez mais se aposta em biomarcadores e fatores genéticos como determinantes prognósticos. A abordagem terapêutica destes doentes não é clara. Existem poucos estudos randomizados e não foi estabelecido um protocolo padrão para o seguimento e tratamento desta patologia. A terapêutica de primeira linha é farmacológica associada a gestão intensiva de fatores de risco, sendo que técnicas endovasculares (angioplastia e stenting) estão reservadas para casos de refractariedade e realizada em centros especializados. Cerca de 8% dos doentes internados na Unidade de AVC do Centro Hospitalar Cova da Beira, têm estenose de artérias intracranianas, sendo esta sintomática em 48% destes doentes. Quanto á prevalência de fatores de risco, esta é sobreponível ao de outras séries. Os principais são Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus tipo2, Dislipidémia e Tabagismo. Muitas vezes existem co-morbilidades associadas como Fibrilhação Auricular ou Estenose Carotídea que confundem o diagnóstico etiológico do AVC.