Summary: | Este texto explora relações entre modos de produção e de apropriação social de espaços. Partido, metodologicamente, de observação participante exploratória numa freguesia rural da Beira Baixa (localizada no concelho de Proença-a-Nova), discutem-se significados socioculturais atribuídos aos marcos divisórios das terras, com vista a elicitar as suas dimensões enquanto marcadores sócio-espaciais de diferenciação. Em zona de minifúndio, demograficamente envelhecida e pouco povoada, estes elementos de cultura material ora são testemunhas de relação sociais pacíficas (quando a fronteira de divisão de terras é socialmente reconhecida por todos), ora conflituais (quando a autoridade para colocar os marcos no referido local é contraditada pelos vizinhos de terreno). Argumentamos que é possivel consignar a estes objectos uma certa vida social que os transforma em marcadores de interacção socioespacial. Pontos na e da paisagem humanizada, unem o território e os residentes num mais amplo processo de (des)continuidade sociocultural. PALAVRAS-CHAVE: Paisagem; Património Familiar; Espaço; Sociabilidade
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